17/03/2012

Capítulo 2

"Baiano" era o apelido dado por alguns de seus amigos: os vagabundos e moradores de rua (não os mendigos, mas moradores de rua por opção). 
Já os vizinhos o chamavam de "jumento".

Se é verdade que as orelhas esquentam quando nos maldizem, está explicado o motivo da vermelhidão de sua pele. Não só das orelhas, mas também das bochechas, da testa, do nariz e das entradas que possuía no couro cabeludo.

Esse infeliz era juntado com a "gorda explodida de gordura", e assim formavam o casal exemplar da rua: todos os dias com brigas, gritarias e algum "show", pois um ser humano que se preze jamais deixaria de chamar a atenção dos outros sobre si.
Ao menos assim parecia que pensavam os dois.

Um sujeito que provavelmente tinha problemas de audição, visto que além de não conseguir escutar música em volume que não incomodasse toda a vizinhança, falava aos gritos.

Vinha ele de algum interior baiano para atazanar, sem intenção, o pessoal daquela rua. Dessas pessoas que além de ter tido uma péssima educação não possuem um “desconfiômetro”.
Calvo de cabelo claro, com o ombro sempre abaixado e curvado para frente, seus braços ficavam pendurados quando andava – lembrava uma das figuras retratadas nos quadros da evolução do símio ao homem.
Feitos um para o outro. Ele e a gorda. Por mais que brigasse com a gorda e a gorda com ele, jamais se deixavam. 
Parecia ser claro que não havia no planeta outros seres capazes de aturá-los.

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01/03/2012

Dr. Importuno #9

A cirurgia plástica.
Através desse procedimento os feios ficam bonitos, os homens viram mulheres e as mulheres viram homens.
Dádiva da ciência! A pessoa possui a possibilidade de se transformar naquilo que seu sentimento diz que ela deve ser.

A cirurgia plástica deveria ser oferecida pelo governo às pessoas feias, principalmente às mulheres.
Não é penoso você ver, em um grupo de adolescentes ou de jovens mulheres belas, uma que foi desgraçada pela natureza? É de dar dó. Feiúra tem limite, e aquela pobre criatura nem percebe que fica ainda mais feia ao lado de suas amigas.
Lá está a menina, rindo da vida, despreocupada de sua feiúra e alegre com suas amigas não feias. Nem percebe que as costeletas dela dão um ar de mulher lobisomem, ou mulher Wolverine.
Na maioria das vezes, a essas desgraçadas mulheres, não basta ter um rosto horroroso, elas sempre possuem um pacote de feiúra. É cabelo demais, bunda ou seios de menos, excesso ou falta de carne, tudo na medida certa para ser desprezada por esse mundo cruel que urge por gostosura feminina.
Que homem ousará desbravar aquela feiúra em busca de algo que não tem certeza que há naquela criatura? (a tal “beleza interior”)
A maioria da população não é feia, é normal. Nem bonita nem feia.
A minoria das feias é que deveriam ter os cuidados do governo, cirurgias plásticas gratuitas a todas, uma “bolsa salão de beleza”, assim como há o “bolsa família”. Nem precisa ser chamada de “bolsa feiúra”, chamemos de “bolsa estética” ou “bolsa mulher”.

Beleza é fundamental, e a grande diferença entre as mulheres e os homens é que elas são belas, belas de tudo.
Mulher tem que ser bela, e isso não é uma ditadura da beleza ou ditadura machista, mas uma necessidade de exteriorizar aquilo que uma mulher tem e que o homem não possui: beleza!
Às feias de tudo, sinto em dizer: uma morte lhes cai bem.

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